Última atualização: 18/03/2022 às 18:07:00
O enfrentamento da violência contra a mulher foi o tema do seminário virtual realizado, na tarde deste quinta-feira (18), pelo Núcleo de Desenvolvimento de Recursos Humanos (NDRH) do Tribunal Regional Federal da 5ª Região – TRF5 e as Seções de Treinamento e Desenvolvimento das Seções Judiciárias vinculadas. O evento contou com a palestra “O Papel da Coordenadoria da Mulher e a Política de Enfrentamento à Violência Doméstica pelo Poder Judiciário”, apresentada pela desembargadora Daisy Maria de Andrade Costa Pereira, da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
As boas-vindas à palestrante e a abertura oficial do evento ficaram a cargo da servidora Isaura Aragão, diretora do NDRH, que fez uma saudação especial à palestrante: “a Dra. Daisy nos honrou aceitando o convite e vai nos ajudar a refletir sobre um tema que é tão importante”. Ela também ressaltou a importância da rede de apoio para o enfrentamento da violência doméstica.
Em sua exposição, a magistrada apresentou algumas iniciativas da Coordenadoria da Mulher, como o projeto “Dialogando Sobre a Lei Maria da Penha nos Espaços Públicos”, que aproxima o Poder Judiciário da população e promove a conscientização para o enfrentamento da violência contra a mulher. Ela também falou sobre o aplicativo Nísia, desenvolvido pela equipe de tecnologia do TJPE, que facilita o acesso das vítimas aos processos que tramitam contra seus agressores, evitando o deslocamento para a unidade da Justiça.
Daisy Andrade ressaltou que é preciso estimular a sociedade a ajudar as vítimas de violência doméstica. Segundo ela, o ditado popular “em briga de marido e mulher não se mete a colher” está equivocado nesse contexto, pois as mulheres precisam de uma rede de apoio para quebrar o silêncio e denunciar seus agressores. “Nesse caso, não se mete a colher no relacionamento em si, mas em uma questão urgente para salvar uma vida”, explicou.
A desembargadora destacou, ainda, que a violência doméstica costuma acontecer de forma progressiva: primeiro, os xingamentos, agressões verbais; em seguida, as ameaças de agressão; depois, a violência física em vários graus de intensidade; finalmente, em alguns casos, o feminicídio. Ela relatou que muitas mulheres não denunciam seus companheiros por medo de que ele se torne ainda mais agressivo. Isso pode acontecer, mas, na maioria dos casos, o silêncio não protege e, quanto antes a escalada de violência for interrompida, mais cedo a vítima estará protegida.
Quem não teve a oportunidade de acompanhar palestra ao vivo poderá assistir à íntegra da gravação no Canal do YouTube do TRF5: https://youtu.be/TVmBe0nv6is