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  • TRF5 debate racismo institucional em palestra promovida pelo NAS
    Última atualização: 21/06/2022 às 14:11:00



    “O racismo adoece”. Esse foi o principal enfoque da palestra “Saúde é Ambiente Livre de Racismo”, ministrada pela promotora de Justiça do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) Irene Cardoso de Sousa. O evento, que aconteceu na tarde de ontem (20/06), na Sala Capibaribe, no edifício-sede do Tribunal Regional Federal da 5ª Região – TRF5, foi promovido pelo Núcleo de Assistência à Saúde (NAS) do TRF5.

    A Política de Atenção Integral à Saúde de magistrados(as) e servidores(as) do Poder Judiciário, instituída pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), define “saúde” como completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como ausência de doenças. Sob essa perspectiva, o NAS ressalta que a discriminação racial é um dos fatores que podem desencadear adoecimento físico e mental. A palestra proporcionou ao público mais uma oportunidade de conhecer e compreender o racismo institucional, para que esse problema seja enfrentado diariamente.

    Na exposição, mediada pela servidora do NAS Arthemísia Santiago, a palestrante relatou como o medo e a angústia de quem é, constantemente, vítima de racismo tem impacto na saúde dessas pessoas. Um exemplo disso é o fato de que a hipertensão é mais comum entre as mulheres negras. “Pouco se fala disso quando se fala de saúde”, disse Irene Cardoso.

    A promotora destacou que, muitas vezes, é difícil as pessoas brancas entenderem que determinadas situações configuram racismo, pois elas não as vivenciam, e citou o exemplo de um garoto negro que precisa aprender, desde cedo, que deve levar um documento ao sair de casa, porque está muito mais sujeito a uma abordagem policial.

    Nesse sentido, ela relatou uma experiência pessoal, ocorrida há cerca de três meses, quando mandou seu filho ir a uma padaria com uma nota de 50 reais e ele voltou com a mesma cédula. Questionado, o garoto explicou que tinha preferido usar o cartão de crédito porque ficou com medo de pagar uma compra pequena com uma nota de alto valor, pois a atendente poderia achar que era dinheiro falso. “Isso é muito forte; isso causa sofrimento”, declarou.

    Palestrante – Irene Cardoso de Sousa faz parte do Grupo de Trabalho sobre discriminação racial do MPPE, que contribuiu com a publicação “No país do racismo institucional – Dez anos de Ações do GT Racismo do MPPE”. Atualmente, ela também cursa mestrado em Saúde Pública, na Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).


    Por: Divisão de Comunicação Social do TRF5





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