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  • Webinário promovido pela JF5 aborda temas como assédio e violência no trabalho
    Última atualização: 31/05/2022 às 18:32:00



    Em uma mais uma ação de educação corporativa, a Justiça Federal da 5ª Região (JF5) promoveu, na tarde desta terça-feira (31), o webinário “Prevenção do Assédio e Violência no Trabalho”. A palestra, transmitida pela plataforma Zoom, contou com a participação da psicóloga e doutora em Medicina Preventiva pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Lis Andréa Pereira Soboll.   

    A juíza federal Camila Monteiro Pullin, da Seção Judiciária de Alagoas (SJAL), fez a abertura do evento. A magistrada, que integra a Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e do Assédio Sexual da SJAL, elogiou a iniciativa da JF5 e chamou a atenção para as práticas veladas e de microagressões no ambiente de trabalho. Ela alertou sobre a importância de se falar sobre o tema, para se criar um ambiente de boas práticas e seguro.  

    Durante sua apresentação, a professora Lis Soboll reforçou que os cuidados com as relações é uma responsabilidade compartilhada. Ainda que existam mecanismos de prevenção ao assédio nas instituições públicas ou privadas – como normativo do Conselho Nacional de Justiça e auditorias do Tribunal de Contas da União, para verificar políticas preventivas dentro dos órgãos públicos -, ambientes sustentáveis e protetivos só são possíveis quando construídos a partir de relações em que as pessoas envolvidas sejam cuidadosas consigo e com as outras.  

    Fazendo uma breve contextualização histórica sobre o conceito do que seria o assédio moral, a psicóloga atentou para os “diversos contornos do assédio”. “O assédio é considerado uma violência psicológica extrema. Nem sempre desrespeita uma lei do trabalho ou regulamento. Pode ser muito sutil, velado”, alertou a psicóloga.  

    Segundo a professora, o assédio moral é uma patologia social, não é uma doença. O problema é mais complexo do que a simples relação entre pessoas. Envolve, também, aspectos sociais, morais. Citando pensadores e filósofos, como o sul-coreano Byung-Chul Han, ela deu como exemplo as dinâmicas vivenciadas pelo indivíduo inserido em uma sociedade pautada pelo individualismo, pelo sujeito que explora a si mesmo”, movido e focado “no desempenho”, o que o leva ao esgotamento (Síndrome de Burnout).  

    “Essas organizações não existem para responder nossas necessidades pessoais. Ao contrário, estamos nessas organizações, principalmente, em órgãos públicos, com missão institucional”, destacou. 

    Para ela, para enfrentar o assédio, é preciso analisar os contornos institucionais, organizacionais e sociais e questionar o que cada uma pode fazer diante de situações assim. “A comissão (de prevenção ao assédio) é um apoio, mas se cada um de nós não entrarmos nesse cuidado coletivo, nada pode acontecer”, reforçou. 


    Por: Divisão de Comunicação Social - TRF5





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