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  • Evento “Acendendo o Candeeiro” marca lançamento da Rede de Inovação da Justiça Federal da 5ª Região
    Última atualização: 10/08/2021 às 19:47:00



    Imagine um ambiente todo virtual, com stands em 3D, no qual você pode entrar, assistir a diversas palestras, visitar laboratórios de inovação e interagir com magistrados e servidores que estão buscando inovar no Poder Judiciário e construir soluções a partir de problemas reais, com o uso de tecnologias, da inteligência artificial, de forma colaborativa e com baixo custo. Imaginou?

    Assim foi o evento "Acendendo o Candeeiro: Lançamento da Rede de Inovação da Justiça Federal da 5ª Região", que marcou, nesta terça-feira (10/08), o lançamento da Rede de Inovação da Justiça Federal da 5ª Região (JF5). Transmitido ao vivo através de plataforma virtual e do canal do Judiciário Exponencial no YouTube, o evento conectou cerca de mil pessoas de todo o país, em torno de um único objetivo: conhecer os laboratórios de inovação do Tribunal Regional Federal da 5ª Região – TRF5 e das Seções Judiciárias vinculadas, bem como os projetos inovadores que contribuem para um acesso à Justiça mais simples e ágil.

    Pela manhã, o presidente e o corregedor-regional do TRF5, desembargadores federais Edilson Nobre e Élio Siqueira Filho, respectivamente, fizeram a abertura do evento. “As seções judiciárias têm excelentes iniciativas, o Tribunal também, e esse evento surge justamente para que esses projetos sejam compartilhados, em torno de um objetivo comum: melhorar a prestação jurisdicional, servir ao jurisdicionado”, afirmou Edilson Nobre.

    “Temos percebido a necessidade de enfrentar vários desafios, em um contexto de dificuldades orçamentárias, de escassez de pessoal e de pandemia, o que impõe buscarmos novas tecnologias e inovações na área de gestão, para cada vez mais aperfeiçoar os nossos serviços”, assegurou Élio Siqueira. O corregedor aproveitou a oportunidade para informar como a Corregedoria vem enfrentando esses desafios: iniciou, na última segunda-feira (9), o ciclo de trabalhos de correição previstos para o biênio 2021-2023, de forma remota

    Em seguida, o desembargador federal Rubens de Mendonça Canuto Neto, também conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e coordenador do PJe 2.X no TRF5, falou sobre “A Inovação via Processo Eletrônico”. Canuto apresentou uma série de funcionalidades e soluções baseadas na inteligência artificial que vêm sendo implantadas na versão nacional do Processo Judicial eletrônico. “É preciso que nós, magistrados, tenhamos consciência que só poderemos explorar toda a potencialidade do processo judicial eletrônico se abrirmos mão não da nossa independência e autonomia jurisdicional, mas da nossa independência e autonomia procedimental, em prol do coletivo. Não podemos ser travas do processo eletrônico”, defendeu o magistrado.

    O desembargador federal Leonardo Henrique de Cavalcante Carvalho relatou, na apresentação “O Judiciário de Olho na Experiência do Usuário”, o projeto “Portal de Atendimento no Gabinete”, cujo objetivo era sistematizar dados de atendimento aos advogados em seu Gabinete. “Uma inovação simples, mas que demonstrou transparência e aproximação do Judiciário da sociedade. Os advogados, independente de terem seus pedidos deferidos ou não, são acolhidos”.  A partir dessa experiência, Carvalho decidiu divulgar para os usuários, em uma tela dentro da recepção do próprio Gabinete, o tempo médio de julgamento e a quantidade de processos julgados. “A partir do momento que o usuário vê essas informações em uma tela, ele não se perde nos escaninhos do Poder Judiciário”, garantiu.  

    A manhã ainda contou com a palestra “Como Integrar e Inovar em Rede”, ministrada pelo consultor José Bezerra Marinho, e com um tour pelos Laboratórios de Inovação da JF5, conduzido pelos juízes integrantes da Rede de Inovação. Virtualmente e ao vivo, foram apresentados os laboratórios de inovação do TRF5 e das Seções Judiciárias de Alagoas, do Ceará, da Paraíba, de Pernambuco, do Rio Grande do Norte e de Sergipe.

    À tarde, foram realizados cinco painéis, com debates sobre “Ecossistemas de Inovação”, “Inovação Tecnológica no Poder Judiciário”, “Homo Innovatus”, “Foco na Experiência do Usuário Inovação e Inteligência Organizacional” e  “Inovação Just-in-time e Eficiente na Gestão das Aquisições e Custos”.

    O primeiro painel tratou do tema “Inovação é horizontal”. Participaram da conversa a vice-diretora do Foro Seção Judiciária do Ceará, a juíza federal  Gisele Alcântara, e o juiz federal da SCJE Leonardo Resende, que debateram questões como segurança psicológica e criatividade na equipe.

    Gisele Alcântara explicou que a forma como os membros da equipe interage é o que importa. Segundo ela, a ideia de segurança psicológica, associada à de confiança criativa, vem sendo uma das práticas mais importantes em um ambiente inovador “Essa ideia de segurança psicológica nasceu para demonstrar que qualquer ambiente de trabalho salutar, em especial em um ambiente inovador, pressupõe um ambiente de liberdade em que todos os membros do ecossistema se sintam seguros para se expressar da maneira que lhe melhor aprouver, sem nenhum medo de errar ou ser repreendido”, comentou a magistrada.

    Para Leonardo Resende, a figura do magistrado pode provocar certo temor reverencial, gerando, algumas vezes, medo e receio por parte da equipe em errar. Isso é fruto, segundo ele, de uma cultura tradicionalmente hierárquica. “É preciso que haja uma sinalização clara a todos participantes da equipe do espírito de coordenação, de horizontalidade, de que se pratique a tentativa de se construir algo diferente. O que se propõe é que, ao mesmo tempo em que se crie uma segurança psicológica, se instigue permanentemente a equipe a ousar, a fazer coisas diferentes, a não se conformar com o estado natural das coisas”, disse.

    O juiz federal Marco Bruno Miranda, que também participou do debate, exemplificou que a cultura atual no estado brasileiro exige exatamente o contrário da postura tradicional. “A nova lei de licitações, por exemplo, estabelece a inovação como princípio. Ou seja, ela estabelece um risco. A partir de momento que o servidor, hoje, tiver uma postura muito conservadora, vai ser o inverso do que era no passado. Ele pode ser punido pelo prejuízo causado à administração, pelo fato de não ter se arriscado quando deveria ter se arriscado”, registrou. “É claro que ninguém está estimulando a irresponsabilidade, mas é importante quebrar a estrutura burocrática, para que tornemos mais fluídas as administrações, no caso do tribunal, das seções judiciárias e do poder judiciário como um todo”, acrescentou.

    A necessidade de se implantar uma cultura inovadora e horizontalizada também foi reforçada pelos participantes do painel que abordou questões como comunicação e a cultura organizacional do homo innovatus. O juiz federal Dênis Soares França, um dos expositores, ressaltou, durante sua apresentação, que a renovação do judiciário pode resultar em uma revolução democrática sem precedentes. “Na inovação, todo mundo é vanguarda e sempre será vanguarda”, reforçou.

     “O legado da Rede de Inteligência da JF5” também foi um dos temas abordados durante o evento. Coube à juíza federal da Seção Judiciária de Pernambuco (SJPE) Joana Carolina Lins Pereira apresentar como foi implantada a rede no 5ª Região e como vêm sendo desenvolvidas as ações que tratam de demandas repetitivas, prevenção de litígios e gestão de precedentes.

    Na última palestra do evento, a diretora-geral do TRF5, Telma Motta, e o diretor de Orçamento e Finanças da Corte, Sebastião Campelo, falaram sobre os projetos de governança das aquisições e os Centros de Custos do Tribunal.

    A íntegra do evento "Acendendo o Candeeiro" está disponível no canal do YouTube do Judiciário Exponencial.


    Por: Divisão de Comunicação Social do TRF5





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